Ponto de vista de Mara
Mesmo cercada pelo carinho dos gêmeos, mesmo com as mãos de Arthur e Apolo sempre me puxando para perto, eu ainda me sinto sozinha. Não é um tipo de solidão comum, daquelas que a gente sente quando está em um quarto vazio. É uma solidão sufocante, que nasce nos olhares, nas palavras não ditas, no peso do silêncio.
Eu os vejo — os membros da alcateia. Eles me olham como se eu fosse algo errado, como se eu tivesse cometido um crime apenas por existir. Alguns desviam o rosto quando cruzo o olhar, outros sustentam o olhar com frieza, como se quisessem me lembrar que eu não pertenço aqui. E há ainda os que murmuram entre si, acreditando que eu não escuto. Mas eu escuto. Sempre escuto.
"Humana."
"Aproveitadora."
"Erro do destino."
Essas palavras não são ditas em voz alta, mas elas estão ali, gravadas no ar. E quanto mais eu tento ignorá-las, mais fundo elas entram em mim.
Arthur, com toda sua doçura, tenta aliviar meu coração. Ele me oferece sorrisos que derretem at