Apolo

Observo a minha companheira dormindo. Seu rosto está tão pálido que parece até feito de porcelana, e a fragilidade que emana dela me corta por dentro. O soro que estava preso em seu braço já foi removido, mas mesmo assim ela continua fraca. Seus traços delicados, a boca entreaberta como se buscasse ar, e os longos cabelos negros espalhados pelo travesseiro me fazem perder alguns segundos apenas admirando. A pele clara, quase como neve, contrasta com a escuridão do quarto.

A coberta está caída pela metade do corpo dela, revelando parte de sua barriga e os seios redondos que sobem e descem suavemente a cada respiração. Um desejo primitivo percorre minhas veias, mas acima dele está a necessidade de protegê-la.

— Nossa companheira é muito linda, não é mesmo, Apolo? — a voz de Arthur soa ao meu lado, firme, porém carregada de admiração.

Viro o rosto e vejo meu irmão também hipnotizado pela visão. Seus olhos azuis refletem o mesmo instinto que queima em mim: posse, desejo e, princip