Ponto de vista: Mara
Meu coração batia tão forte que parecia ecoar pelos corredores da mansão. Quando Arthur me puxou pela mão dizendo que havia uma visita, não esperava nada além de mais tensão. Eu não queria ver ninguém, estava cansada de ser olhada como uma aberração. Mas, quando cheguei à sala, o ar sumiu dos meus pulmões.
— Jaqueline… — sussurrei, sem acreditar no que via.
Ela estava ali, de pé, tão viva e real que minhas pernas tremeram. Meus olhos se encheram de lágrimas antes mesmo de eu me mover. Esqueci de tudo e corri.
Jaqueline abriu os braços e, no instante em que me atirei neles, tudo desabou. O cheiro dela, o calor do abraço, a lembrança da vida que eu tinha deixado para trás… era como recuperar uma parte perdida de mim.
— Meu Deus, Mara! — Jaqueline chorava, sua voz embargada pelo choro. — Eu achei que nunca mais ia te ver.
— Eu também! — soluçava contra seu ombro. — Eu pensei que tinha te perdido para sempre, Jaque.
Nós caímos no chão, rindo e chorando ao mesmo tempo,