Mara
Eu nunca pensei que Arthur pudesse ser ainda mais perigoso que Apolo. Sempre o vi com aquele sorriso doce, a gentileza nos olhos, como se fosse o oposto do irmão. Se Apolo era fúria e intensidade, Arthur parecia calma e suavidade. Mas naquela noite… naquela noite eu descobri que estava enganada.
Quando vi seu rosto fechar, seus olhos escurecerem como carvão em brasa, e ele partir em direção àquela loira atrevida, percebi que por trás da doçura também havia uma fera. Não sei o que ele fez com ela. Não sei se a machucou, se a trancou em algum canto daquela imensa propriedade ou se… matou. Mas não me importo. A verdade é que, no fundo, aquela loba não significava nada para mim. Eu só queria distância dela.
Subi as escadas em silêncio, meu coração batendo acelerado. Não de medo — dessa vez não — mas de cansaço. Coloquei meu pijama, me deitei na cama macia e pela primeira vez desde que cheguei aqui consegui sentir uma estranha sensação de conforto. O silêncio da mansão era quase recon