Sebastian
O salão estava vazio. Apenas as lâmpadas de néon ainda piscavam, estalando como se protestassem contra a madrugada que se derramava pelas ruas da cidade. A música já havia cessado, as portas estavam trancadas e o cheiro de álcool, suor e sangue impregnava as paredes da casa noturna.
Naquele palco de ilusões, homens acreditavam estar no comando, mas a verdade era outra. A boate — um dos pontos mais disputados pelos ricos do mundo sobrenatural e pelos que buscavam prazeres proibidos — pertencia, na realidade, a Sebastian. Seu nome, no entanto, não figurava em registro algum. Ele se mantinha na sombra, escondido, porque o conselho o queria morto. E por isso, nunca aparecia: governava com mãos invisíveis, usando testas de ferro, seguranças e capangas como disfarces.
Do escritório nos fundos, Sebastian observava tudo através de câmeras escondidas. Havia visto a cena inteira naquela noite fatídica: a humana, arrastada pelos corredores, sendo exibida como mercadoria rara. Tinha vis