Arthur
O rosnado ainda ecoava nas paredes quando Priscila saiu correndo pela porta da sala de jantar. O cheiro dela, misturado à arrogância e ao perfume barato que sempre usava para tentar nos seduzir, impregnou o ambiente como veneno. Eu estava respirando pesado, o peito arfando de raiva. A cada batida do meu coração, eu sentia a fúria crescer, como se algo em meu interior exigisse que ela fosse punida de maneira exemplar.
Apolo se aproximou de Mara, os olhos suplicantes, tentando acalmar a companheira que tremia entre a raiva e o ciúme. Eu, porém, não consegui me concentrar neles. A única coisa que martelava na minha mente era a ousadia daquela mulher. Priscila havia atravessado todos os limites.
Eu a conhecia bem. Priscila sempre fora insolente, atrevida, convencida de que poderia se aproximar de mim e do meu irmão sempre que quisesse, como se fôssemos propriedade dela. Ela gostava de provocar, de testar até onde podia ir. Mas agora, com a chegada da nossa companheira, aquilo se to