Amara
O medo agora era mais intenso. Não estávamos lidando apenas com homens perigosos, mas com criaturas sobrenaturais, dotadas de força sobre-humana. Eu não queria admitir, mas meu corpo ainda tremia só de lembrar da aparência horrenda daqueles monstros e do olhar sombrio do feiticeiro perverso .
Tudo o que eu via naqueles homens era pura maldade, e eu sabia que quando eles voltassem coisas terrível iria fazerem com nosco.
Já se haviam passado várias horas desde que eles apareceram. Meu corpo estava tão cansado e exausto que acabei adormecendo — não só eu, mas todas as meninas. Talvez fosse a única forma de esquecer, por um momento, o lugar onde estávamos.
Acordei assustada com barulhos intensos vindo lá de fora — vozes ásperas, coisas sendo arrastadas, gritos e choros desesperados de mulheres. Sentei na cama, meus olhos fixos na porta. Todas as outras também estavam acordadas, encarando o mesmo ponto, com rostos tomados pelo medo, esperando a qualquer momento que ela se abrisse e aquelas criaturas entrassem para nos atacar.
Eu não sabia exatamente o que eles pretendiam fazer conosco, mas, pelo que entendi, seríamos prostituídas… por monstros. Apertei os punhos com raiva. Eu não podia aceitar isso. Não iria viver o resto da minha vida servindo como escrava para aquelas criaturas.
— Mara, o que vão fazer com a gente? — a voz de Jaqueline rompeu meus pensamentos.
— Eu não sei, Jaqueline… Mas me promete que vai ser forte até eu achar um jeito de tirar a gente daqui — respondi, engolindo a vontade de chorar. Eu não derramaria uma lágrima por causa daqueles monstros.
De repente, um estrondo. A porta se abriu com força, nos fazendo dar um pequeno pulo. Dois dos homens — ou melhor, dois monstros — entraram, acompanhados por outros que pareciam seguranças. Um deles, o vampiro, aproximou-se trazendo algumas roupas e jogou um vestido em cima de Jaqueline.
— Quero que vistam isso agora. Fiquem prontas, o leilão vai começar em breve.
— E se a gente não quiser? — perguntei, levantando-me e encarando o desgraçado.
Ele sorriu com malícia.
— Então nós mesmos colocamos… e quem sabe aproveitamos para brincar um pouco com a mercadoria antes de vender.
— Não precisa, a gente vai vestir — disse Jaqueline, com a voz trêmula, pegando os vestidos e distribuindo entre nós.
Eles deram uma última olhada e saíram, batendo a porta com força. Eu soltei o ar que nem percebia estar prendendo.
— Você é louca, não pode provocar eles… — Jaqueline sussurrou, ainda assustada.
— Eu só queria saber o que pretendem fazer com a gente — respondi, pegando meu vestido.
— Temos que achar um jeito de sair daqui, antes que caiamos nas mãos de criaturas ainda piores — disse Rebeca, vestindo-se.
— Tem piores que esses? — Jaqueline perguntou, com a voz trêmula.
— Sim… os mais antigos e poderosos. Vampiros letais e lobisomens alfas. Podem nos matar apenas estalando os dedos — explicou Rebeca, trocando de roupa.
Vestimos o traje. Era um vestido branco, transparente, com rendas e tecido fino. Parecíamos noivas de Drácula — talvez porque vampiros gostem de ver mulheres vestidas de branco para depois manchar o tecido com sangue. Todos ficaram perfeitos nas outras, menos o meu. Era pequeno demais, colado ao corpo, destacando minhas pernas grossas e o quadril, fruto de muito treino na academia. Pensei, por um instante, que se tivesse engordado e evitado exercícios, talvez eles não achassem meu corpo atraente… mas esse pensamento se quebrou no momento em que a porta se abriu novamente.
Vários monstros entraram. Antes que eu pudesse reagir, um deles me agarrou, enquanto outros faziam o mesmo com as meninas. Quando o vampiro tentou segurar Jaqueline, percebi suas intenções. Acertei um chute no braço do homem que me prendia e avancei contra o vampiro, socando-o bem no nariz.
O desgraçado gritou, e todos olharam surpresos, mas não parei. Continuei a socá-lo até que vários outros me seguraram, me imobilizando com força. O vampiro, com o rosto ensanguentado, aproximou-se e me deu um tapa tão forte que senti o gosto metálico do sangue na boca.
— Desgraçada! Se continuar assim, eu mesmo acabo com você. — Olhou para o lado e disse: — Falo para Sebastian que foi um acidente.
Depois ordenou:
— Levem todas para fora. Eu vou ficar com a ruiva por um tempo.
Eles começaram a arrastar as meninas. Eu me debatia, gritando:
— Se você machucar minha amiga, eu juro que vou te matar!
O vampiro apenas riu. Enquanto era arrastada por um corredor, mesmo furiosa, tentei memorizar cada detalhe do lugar. Pelo que vi, aquelas salas provavelmente serviam para manter mulheres presas.
Começamos a subir uma escada. Tentei escapar, mas eles me apertaram tanto que quase gritei de dor. Meu pensamento estava apenas em Jaqueline — no que aquele monstro poderia estar fazendo com ela.
Fomos levadas para um lugar que parecia um palco, separado por uma cortina. Eles nos acorrentaram pelos pulsos e tornozelos, prendendo-nos a pontos específicos no chão. Olhei ao redor: vi Rebeca, Marcela e outra mulher que não estava conosco antes — provavelmente capturada em outra ocasião.
Eu tento me soltar das Correntes, mas até eu percebe que uma das correntes que segura um dos meus pulsos não está totalmente, acho que consigo me soltar.
Observo tudo em volta, a procura de uma saída, parece que só atrás dessa cortina, Talvez conseguirmos sair.
Mas não consigo me concentrar ao imaginar Jaqueline seno estuprada por aquele homem ou melhor pela aquele maldito vampiro, eu me sinto impotente sem poder salvar minha amiga, uma lágrima tenta sair do meus olhos mas eu seguro sem deixar cair.
Eu tenho que me soltar e buscar Jaqueline e matar aquele maldito daquele vampiro, e depois vou sair com a minha amiga desse lugar
Esse é meu pensamento e ninguém vai fazer eu desisti dessa ideia, só se eles me matarem é a única chance de eu não tentar.
Neste instante vejo o desgraçado do vampiro trazendo minha amiga.