Capítulo 47
Lucia Bianchi
Acordei com o silêncio espesso da casa.
Fiquei uns minutos ali, olhando o teto e pensando em como estaria a conversa de Vinícius com o pai.
Suspirei. Se era pra enlouquecer esperando, que fosse com algo útil. Levantei, vesti uma roupa simples e desci pra cozinha.
Dona Irina, a cozinheira, já estava lá, mexendo algo na panela.
Ela me viu e quase deixou a colher cair.
— Senhora Lucia! — exclamou.
— Vim ajudar com o almoço.
— O Don vai me matar se souber que pus você pra trabalhar.
— O Don não precisa saber. — falei sorrindo, puxando o avental pendurado na parede. — E eu tô entediada. Deixa eu ajudar, vai.
— Ajudar? — ela deu uma risadinha nervosa. — Aqui? A senhora nunca fez massa na vida, aposto.
— Pois hoje vou aprender.
Ela bufou, fingindo braveza.
— Ah, essas madames… acham que massa é igual amor: basta misturar.
— E não é? — provoquei, separando os ovos.
— Só se tiver paciência. E paciência não combina com a senho