Capítulo 9
Vinícius Strondda
Ela me olhava como um coelho acuado. O corpo encostado na cadeira, a respiração ainda descompassada, como se eu fosse devorá-la ali mesmo.
É... Até que não era má ideia.
Levei o prato até a pia devagar, sem pressa, só para sentir os olhos dela em mim. Sempre tive mulheres demais. Todas dispostas, todas famintas por poder, dinheiro ou só pelo meu corpo. Mas essa… essa parecia um bicho selvagem, que não sabia se atacava ou corria.
— Vai, Lucia. Preciso de sexo.
Ela congelou. O garfo caiu da mão, batendo no prato com um estalo. Vi o medo subir pelo rosto dela, as pupilas dilatarem, a garganta travar. E naquele segundo, algo me irritou.
— Dio… — esfreguei o rosto, soltando o ar pesado. — Eu não tenho paciência pra virgem assustada, e você nem é. Não preciso disso. Se quisesse uma boneca chorando eu tinha pegado qualquer outra.
— Precisa ser hoje?
Ela piscou rápido, como se minhas palavras tivessem atravessado fundo. O silêncio dela