Capítulo 98
Don Vinícius Strondda
A luz da manhã entrou pelas frestas das cortinas como dedos curiosos tentando tocar meu rosto. Abri os olhos devagar, respirando fundo.
Virei a cabeça.
Lucia dormia de lado, o cabelo vermelho derramado no travesseiro, a respiração suave. A boca levemente entreaberta. A pele marcada nos lugares onde meus dedos apertaram demais. Um quadro perfeito.
Saí da cama com cuidado para não acordá-la. Caminhei até o closet e coloquei a calça social, a camisa branca, ajeitando a gola enquanto meus músculos ainda reclamavam do tanto que ela me fez perder o fôlego.
Peguei a gravata.
Estava no segundo nó quando ouvi sua voz sonolenta atrás de mim:
— Mmm… Vinícius?
Virei a cabeça só o suficiente para ver seus olhos abrindo devagar.
— Buongiorno, amore mio. — sorri, terminando de ajustar a gravata. — Dormiu bem?
— Uhm. — ela se espreguiçou, linda demais para esse mundo. — Achei que você fosse fugir de mim.
— Hm. — arqueei uma sobrancelha. — F