Capítulo 110
Manuela Strondda
O barulho do motor ecoou pelo portão antes mesmo de eu ver o farol do carro. Meu coração já batia acelerado — mas de urgência. Eu queria notícias da Lucia. Precisava delas.
Apertei Capone contra o peito. O Shih-tzu fungava meu pescoço, agitado por me ver tão tensa. Achei ele uma hora atrás, escondido atrás de um vaso, do lado externo da residência, tremendo depois do caos. Agora estava limpo, cheiroso, e distribuindo lambidas no meu queixo como se soubesse que eu precisava de carinho.
Quando o portão abriu, papà entrou.
O jeito que ele caminhava — firme, pesado, seguro — já dizia tudo. Era o andar de alguém que tinha terminado um trabalho sujo, mas necessário.
Assim que ele atravessou o jardim, corri até ele.
— Papà! — chamei, segurando Capone com um braço só. — Como foi? Ela estava bem?
Os olhos dele suavizaram. Meu pai podia ser uma tempestade, mas sempre que olhava pra mim… virava céu limpo.
— Sim, principessa. — Ele passou a