THOMAS
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Desviei o olhar, porque até minhas próprias palavras me deixaram desconfortável. Mas minha mãe não me deu trégua. Quando voltei a encará-la, a emoção havia sumido e ela estava com aquele olhar perspicaz que sempre soube atravessar minha fachada.
— Você está… apaixonado, meu filho?
— NÃOOO!
Minha voz saiu mais alta do que deveria, como se aumentar o volume pudesse diminuir a vergonha que queimava dentro de mim.
— Eu não tive tempo de conhecê-la melhor, mãe. Como poderia me apaixonar por alguém que mal conheço?
Ela cruzou os braços, sem acreditar em absolutamente nada do que eu dizia.
— Nunca ouvi você falar assim de mulher nenhuma, Thomas. Nunca.
Seu tom era firme.
— Então algo nessa garota é diferente. Quero conhecê-la. Hoje.
Levantei tão rápido que a cadeira arrastou no piso.
Ela só podia estar brincando.
— Como assim hoje?
Minha voz falhou, denunciando o susto.
— Se essa garota vale a pena, não quero ver você desperdiçando tempo com mais ninguém.
Ela já se erguia da polt