CAPÍTULO 15

Quando consegui respirar melhor e finalmente abri os olhos, encontrei a avó do Thomas me observando com uma mistura de preocupação e pena. Aquele olhar atravessou direto por todas as defesas que eu estava tentando manter erguidas.

— Você quer me dizer o que está sentindo?

Ela perguntou com a voz suave, mas aflita.

Eu abri a boca, tentando falar, mas nada saiu. Não existiam palavras para traduzir o que se passava dentro de mim. Era como tentar explicar um terremoto usando uma única frase. Mas apesar de não saber como falar, eu sabia exatamente o que pedir, não para o coração, mas para o estômago, que gritava por socorro.

— A senhora… poderia me dar algo para comer?

Minha voz saiu fraca, quase envergonhada.

— Eu não como desde ontem.

Os olhos dela se arregalaram como se eu tivesse contado o pior dos absurdos.

— Como assim você não come desde ontem?

Engoli seco.

— O homem que deveria me alimentar… não me alimentou.

Ela ficou indignada.

— Mas isso é um absurdo! Como o Thomas foi capaz
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