Inicio / Lobisomem / Vencendo A Morte / Capítulo 8. Responsabilidade
Capítulo 8. Responsabilidade

Natanael caiu, desacordado, logo após a explosão de poder que chegou até ele e acordou com um barulho chato e insistente, era o telefone. Ele atendeu:

— Quem perturba?

— Desculpe-me, é que estou procurando uma antiga aluna, Lia Xavier, por acaso vocês teriam o atual endereço dela? 

— Quem quer saber?

— Aqui é da parte do Alfa Tenório, da Alcateia Lua de Sangue.

Perfeito! Pensou, Natanael. A armadilha perfeita para pegar um rato.

— Ela está na Alcateia Lumiária, com o Alfa Josué. — desligou sorrindo, planejando sua estratégia.

Assim que desligou o telefone, Natanael ouviu um burburinho louco, espalhando-se pelo instituto e saiu para o corredor, para ver o que estava acontecendo. As crianças pareciam enlouquecidas, algumas estavam só paradas e gritavam e outras corriam de lá para cá, também gritando, todas desesperadas.

Entendeu tudo, ali também haviam bruxos aliados pela magia de sangue e agora devem ter poucos mestres e serventes. Correu por todas as áreas em velocidade lupina, para ver o que podia ser feito. Depois parou na sala principal e chamou todos, usando o aparelho de comunicação.

Quando todos chegaram, pediu que os mestres e serventes que restaram, ficassem à frente, e as crianças mais velhas acima de 12 anos de um lado e as menores do outro.

— Sei que parece assustador o que aconteceu aqui, mas ficará tudo bem. Nos próximos dias, antes que cheguem os novos professores, os mestres e serventes que estão aqui cuidarão do Instituto e os alunos mais velhos serão divididos em duplas, para cuidarem dos menores. Entenderam?

— Mas eu sou um professor, não vou fazer serviços domésticos -— reclamou um deles.

— Você quer perecer como os bruxos? — perguntou Natanael, olhando dentro dos olhos do homem, que ficou apavorado ao ver dentro das iris dele, as chamas do inferno. 

— Não, senhor, perdão, daremos conta de tudo, até que os novos funcionários cheguem.

— Quem é o funcionário mais antigo, aqui presente? — perguntou Natanael.

— Sou eu, senhor. Me chamo Euclides e sou professor de contra magia.

— Excelente, Euclides. Promovo você a administrador. Lembro que minha avó, — todos fizeram um Ó, de surpresa — tem um aquivo com vários currículos de candidatos a trabalhar no Instituto. Pode contratar os que considerar melhor. Chame logo serventes, para os mestres voltarem a lecionar para as crianças. Agora podem ir, daqui a dois dias, volto para ver como estão. Vou encontrar uma diretora, não se preocupem.

Ele sumiu, que ninguém viu e o burburinho recomeçou, até Euclides ordenar que parassem e organizou a distribuição dos grupos. Tudo ficou bem, pelo menos, por enquanto.

**

Ninguém no Instituto percebeu, mas Natanael não saiu porque quis, mas foi sugado até a presença da rainha Morte.

— Minha rainha, o que queres de mim, agora? Já não quitei a dívida? — perguntou Natanael, provocando-a com o apelido.

— Meu querido, há uma lei acima de todas, para quando se mata alguém. Você é responsável pelo que mata! — comunicou a rainha.

— Como assim? — perguntou Natanael, sem entender.

— Simples querido, olhe lá para baixo.

Quando Natanael olhou para o vale em volta do monte onde estava a rainha, sentada em seu trono, avistou milhares de almas paradas dentro do fogo, gritando em direção ao monte.

— São todos seus, querido. — falou a rainha, com um sorriso sarcástico.

— Pensei que você ficaria com eles! Afinal, você é a Morte!— esbravejou ele.

— Vou te explicar algumas regras sobre os pós mortos. Quando uma pessoa morre, o seu espírito tem que ir para algum lugar, este lugar pode ser o céu ou o inferno, depende de sua alma pecadora.

— Você está falando sobre as leis de Deus?

— O que você pensou que aconteceria com todas as almas que você me mandou? Você pensa que somos desorganizados? Tudo aqui é feito com ordem e decência, o criador  sempre gostou das coisas feitas corretamente. E aqui não é diferente. — explicou a rainha, com paciência, mas soltando fogo pelos poros.

— E o que você quer que eu faça com todas essas almas? Eu não sou o diabo e também não sou você, Morte. — perguntou Natanael, fazendo pilhéria.

Natanael mal terminou de falar, e um raio de fogo caiu sobre ele. O peso e a dor foram tantos, que ele caiu ajoelhado no chão, gritando. A rainha se levantou do seu trono e estendeu o seu cajado em direção ao alto e bradou:

— Quem tu pensas que és, mortal insolente? Não estás a falar com qualquer uma, estás a falar com a MORTE! — sua voz grossa e sibilante, ecoou pelos montes.

— Desculpe, minha rainha, estava a zombar de mim e não de ti, pois como serei eu, capaz de cuidar de espíritos de pessoas mortas? — desculpou-se Natanael, parecendo um tição apagado e soltando fumaça.

— Vou lhe dizer o que fazer, será trabalhoso, mas ajudará você a tomar mais cuidado com o que faz na terra.

— Sim, minha rainha, mande e eu obedecerei.

— Preste atenção! Você cumprirá um horário de trabalho aqui neste lugar. Cederei a você um espaço, um monte ao lado, onde você, todos os dias, virá escutar o maior número possível de espíritos e julgará para qual lugar eles devem seguir, depois que você tiver retirado todos eles aqui da minha casa, poderá terminar a sua missão lá na terra.

O primeiro pensamento de Natanael, além de um belo de um palavrão, foi em sua companheira. Por culpa dele, agora ela corria o risco de ser assediada por aquele maldito Alpha.

*

Enquanto Natanael se virava com a rainha, o Beta Carlos informava ao Alfa Tenório a localização de Lia. O Alfa parou, depois que escutou, e ficou pensativo: se todos os bruxos estavam mortos, a diretora do colégio também estava.

— Quem foi que falou com você, Carlos?

— Foi um homem que atendeu o telefone, não perguntei quem era. — Informou Carlos, percebendo a besteira que fez.

— Mas que imbecil você é, Carlos? Não percebeu que pode ter sido ELE? — gritou.

— Isso, realmente, nem me passou pela cabeça, desculpe Alfa.

— Ainda bem que eu penso, se não, cairiamos em uma armadilha. De qualquer forma, vou esperar Aline chegar e mandá-la buscar Lia, dando a desculpa de que seu pai e o Alfa, querem que ela volte, por causa dos ataques que estão ocorrendo e colocam a vida delas em risco.

— É uma boa ideia, Alfa. Será que ela vai acreditar? — comentou Carlos.

— Por quê, você tem outra ideia por acaso, estrupício? 

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP