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Capítulo 3. Abordagem

Por mais que tentasse, Josué não se conformava de ir embora sem saber mais sobre Lia.

-— Pela sua cara, já até sei o que quer fazer. Espera um instante.

Jane foi até o vigia do mercadinho e perguntou que horas fechava o estabelecimento e voltou.

— Eles fecham daqui a duas horas, quer esperar? Eu topo, também estou curiosa.

— Tá, vamos dar uma volta pra passar o tempo.

**

Lia fechou o caixa, pegou sua bolsa e a sacola com as compras que fez e se despediu para sair, quando ouviu um gritinho:

— Mamãe, mamãe!!!

Ela foi em direção ao menino de cabelinhos loiros e lisinhos, que balançavam conforme corria e abaixou-se para abraçá-lo com bolsas e tudo.

— Oi, meu amor, você veio buscar a mamãe, foi? Que gostoso. — falou, enquanto o abraçava.

— Eu vô levá você pra casa. — falou ele, fazendo bico.

Josué e Jane observavam a cena, admirados.

— Então ela teve o bebê e pelos cabelos loiros é mesmo o filho do traste do mestre Natanael. — murmurou Jane.

Lia levantou-se, agradeceu a babá e já ia em direção a sua casa, quando ouviu chamarem seu nome. Quando se virou, suas feições mudaram, não queria o passado batendo em sua porta.

Esperou que eles se aproximassem e dissessem o que queriam. Era fácil de adivinhar, mas não facilitaria, não precisava dar satisfação da sua vida para ninguém.

— Desculpe te abordar assim, mas não pude ir embora sem saber mais sobre você — esclareceu Josué.

— E por quê vocês querem saber mais, curiosidade com a vida da menina que se comportou mal e foi expulsa? — perguntou,  nervosa.

— Não nos entenda mal, Lia. Na época, não gostamos do que aconteceu, até te procuramos para te apoiar, mas não te encontramos.

— Mamãe, casa, mamãe…— seu filho já estava impaciente, por estar parado ali, então ela achou melhor convidá-los para sua casa, pois pelo tanto que eles esperaram, não iriam embora sem explicações.

Chegando em seu conjugado, convidou-os a entrar.

— O espaço é pequeno, mas é o que posso pagar, entrem e sentem-se por favor, vou acomodar o Nicolas.

— Podemos conhecê-lo? — pediu Jane, já morrendo de amores pelo pequeno.

— Sim — Lia levou o filho até os irmãos — Nicolas, estes são os tios Josué e Jane, e este é o menino mais lindo do mundo, meu filho Nicolas. — apresentou-o, fazendo festa para o descontrair.

Jane o segurou na mesma hora e ele se entreteve conversando com ela. Lia foi até a cozinha fazer um café e Josué perguntou se podiam pedir uma pizza e recebeu de Lia um cartão com o número da pizzaria.

Josué sentou-se na banqueta que tinha junto ao balcão que dividia o quarto/sala da cozinha e ficou observando Lia fazer o café.

— O que aconteceu, Lia? Eles te expulsaram? — Ele referia-se a Alcateia, imaginando o que podia ter acontecido.

— Sim, por pouco não me apedrejaram.

— É como você veio parar aqui?

— A diretora Marla, avó do Natanael, era a única que sabia da verdade e depois de ter me expulsado e ver que a família e a Alcateia não me apoiaram, me pegou e trouxe para esta cidade, me deixou em uma pensão e envia uma quantia por mês para me ajudar.

— Não fez mais do que a obrigação dela. Se ela tivesse posto freio naquele neto dela, você não teria passado pelo que passou. — falou Josué, revoltado.

— Agora não importa mais. Só me arrependo de não ter te ouvido quando me avisou sobre ele, eu era boba e fiquei encantada por ele. Obrigada, mesmo assim, por ser bom para mim.

— Tudo bem — a campainha tocou — óh, é a pizza, vou receber.

Lia foi até o filho, pegou-o e colocou-o na cadeirinha de refeição dele. Colocou o mingau que estava esfriando no pratinho e deu para ele comer.

— Ele é muito lindo e tranquilo, Lia. Parabéns. — elogiou, Jane.

Josué entrou com a pizza e colocou sobre o balcão, onde todos se serviram e beberam o café.

Houve silêncio durante um instante enquanto todos comiam, até Josué perguntar:

— Se você está sem Alcateia, Lia, vem com a gente.

***

Já estavam a duas horas na estrada, era madrugada e Nicolas dormia deitado no banco da SUV. Foi um corre corre quando, finalmente, Josué e Jane conseguiram convencer Lia. Pediu demissão do emprego tarde da noite, entregou as chaves do conjugado e despachou as coisas dela por uma transportadora. Era uma nova oportunidade e Lia agarrou.

Chegaram quando já ia amanhecer e a Alcateia estava acordando. Era uma linda cidade, com uma praça e um chafariz no centro. Havia comércio, hospital, escola e até delegacia. Percorreram alguns quarteirões até chegarem na casa do Alfa.

— Nossa, que casarão! É da sua família? — perguntou Lia, surpresa pelo tamanho da mansão.

— É a casa do Alfa, recebemos muitas visitas que vêm a Alcateia para tratar de vários assuntos e pela falta de hotel na cidade, ficam aqui. — respondeu Josué.

— É quem é o alfa? 

— Ora, Lia, sou eu. Por isso te convidei, aqui conosco, você poderá libertar sua loba e aprender tudo que não aprendeu enquanto cuidava de Nicolas. — explicou Josué, a uma espantada Lia.

— Vamos entrar, traga o Nicolas, que vou te mostrar o seu quarto, os funcionários trazem a bagagem. — falou, Jane.

Lia olhava tudo em volta e os dois funcionários que pareciam seguranças, também a examinaram de canto de olho. Entrou na mansão pela porta da frente e se perguntou quanto tempo ficaria ali, até a expulsarem.

Uma jovem com uma criança pequena, que nunca se transformou e foi expulsa de sua Alcateia, sempre atraía fofocas. Mas deixaria isso pra depois. Entrou no quarto que Jane lhe levou, colocou Nicolas na cama e se despediu de Jane, agradecendo e depois de se lavar, foi dormir um pouco, antes que seu filho acordasse e acabasse com o descanso.

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