Na UTI do hospital, os aparelhos apitaram, o coração de Lia deu um salto, todo o seu corpo pulou na cama como se tivesse levado um choque. Os médicos e enfermeiros correram, tentaram entender o que estava acontecendo, mas em um segundo, tudo voltou ao normal.
Lia acordou sufocada com o respirador e rapidamente o tiraram dela. Verificaram seus batimentos cardíacos e estavam bons e como ela estava lúcida e respondendo as perguntas, transferiram-na para um quarto e avisaram ao Alfa Josué. Josué estava em frente a cela, olhando para o corpo de Suelen. Ninguém a tocou, e a porta estava trancada. Era muito intrigante o que aconteceu e estavam todos curiosos, mas com medo de abrir a cela, entrar e ser contaminado ou pego pelo que fosse que matou Suelen. O Alfa abriu a cela e entrou, verificou o corpo, confirmou que estava realmente morta e que houve uma sangria de dentro para fora de seu corpo, sem qualquer determinação da causa. — Tirem o corpo daqui e queimem, depois queimem o sangue que está no chão, só então lavem tudo. — Alfa, ligaram do hospital, a senhora Lia, acordou. — avisou o Beta, Month. — Vamos para lá então, Month. Não avisem ainda ao menino, vamos vê-la primeiro. — Sim, Alfa. — seguiram andando e se afastaram dos outros — O que acha que aconteceu com Suellen, Josué. — Foi ele… — Ele quem? O feiticeiro? — Não, Month, o pai do menino. — contou, Josué. — Pensei que… — Não pense, Month, é melhor. Agora, você viu que não é bom mexer com eles. — Será que ele virá novamente e trará problemas para nós? — perguntou o Beta. Josué parou e olhou sério para seu Beta. — Por quê, Month, tá interessado na fêmea, quer morrer? — Observando o semblante do Beta, Josué percebeu que tocou no ponto certo e voltou a andar, sem esperar a resposta. Chegaram ao hospital, informaram-se em qual quarto a paciente estava e seguiram, imediatamente, para lá. Encontraram o médico realizando alguns exames e pediram informações sobre o seu estado. O médico informou que estava verificando os ferimentos sob as ataduras e que estavam bem melhor. — Creio que já podem levá-la para se recuperar em casa, só não deixem Suellen se aproximar. — O médico informou. — Essa, nunca mais fará dano algum a ninguém. Está morta. — contou Josué. — Morta? — perguntou o médico. — Sim. Então, podemos levá-la, doutor? — o médico consentiu — Ligue para Jane, Month e diga para ela trazer roupas para Lia. — aproximou-se dela e falou baixinho: — Em casa conversaremos. Lia não respondeu, apenas olhou para ele preocupada, pois sabia que algo bom, não era. * Na Alcateia Lua de Sangue, estavam todos apavorados. Sentiram uma força estranha, muito poderosa, passar por todo o território da Alcateia que era considerada a mais forte de todas. O Alfa lutava para se tornar Supremo e só não conseguiu, porque aquela que lhe daria o poder foi marcada de forma vil e prematura. — Inferno! Deve ser aquele bastardo infeliz. Maldita a hora que deixei aquela bruxa maldita cuidar das coisas para mim. Agora, estamos aqui, acuados, com medo daquele monstro — dizia o Alfa Tenório para seu Beta, Carlos, o pai de Lia. — Não temos certeza, ainda, se foi ele. Pode ter sido um caso isolado. — Tentou contemporizar, o Beta. Os telefones começaram a tocar ao mesmo tempo e dois mensageiros foram anunciados. — Ainda acredita que foi algo isolado? — apontou o telefone, tinha certeza que eram notícias ruins — Precisamos agir, não vou deixar aquele diabo me vencer. — rosnou o Alfa. O Beta Carlos atendeu os telefones, pois o Alfa nem se mexeu para atender, só mandou que entrassem os mensageiros. Quando o primeiro entrou, ele só fez um gesto com a mão para o chefe da segurança, mandando que falasse. — O Alfa da Alcateia Lua de prata mandou avisar que a bruxa e o feiticeiro de lá, viraram pó. — A um comando do Alfa, se despediu e saiu. O próximo entrou e foi a mesma coisa, só que na Alcateia Lua Negra. — As ligações foram de outras três Alcateias, onde ocorreu a mesma coisa. As bruxas e feiticeiros que ajudavam na proteção, morreram. O celular pessoal do Alfa tocou, era sua única filha, que sua companheira original lhe dera antes de falecer, ou melhor, de ser morta. — O que foi filha? — Estou indo para casa. Houve um massacre de bruxos e feiticeiros aqui no continente Europeu. Mande alguém me pegar no aeroporto daqui a cinco horas. Até logo. — desligou, preferia não ouvir o que o pai diria, pois nunca era agradável. — Garota mal educada, desligou na minha cara! — O que ela disse? — Carlos perguntou, rindo. — Que tá vindo embora, porque aconteceu a mesma coisa por lá — ele andava devagar pela sala, apertando os lábios com os dedos, refletindo. — Mando buscá-la? — perguntou o Beta, já com o celular na mão. — Sim — respondeu, ouvindo o Beta dar as ordens e desligar o celular — estou pensando em uma coisa… Foi para seu lugar atrás da mesa e sentou-se, olhando para seu beta. — Porque Aline não foi afetada, também, se ela é uma bruxa? — questionou Carlos. — É por isso que você é o meu Beta! Acho que você também sabe a resposta. — falou o Alfa. — Ela não fez parte do pacto de sangue, era muito criança ainda. — concluiu Carlos. — Exato e sabe o que isso significa, Carlos? Que você estava errado. Essa mortandade tem tudo a ver com aquele monstro. — Aline pode ficar por aqui, no lugar da bruxa e tentar nos ajudar. — sugeriu, Carlos. — Não sei se aguento aquela bomba relógio no mesmo espaço que eu. — confessou Tenório. — Ela é sua filha, tem o seu sangue, claro que você aguenta. — Você não aguentou a sua! — Foi diferente. Ela engravidou do capeta. — Tá certo. Aliás, você sabe dela e do capetinha? — Não, nunca mais eu soube dela, pode nem ter tido o filhote, ou pode não ter resistido e morrido, já que não tinha loba. — Procure por ela, quem sabe ainda posso usá-la. Carlos não gostou daquela ordem, mas obedeceu, saiu do escritório pensando em por onde começaria. “Se ela teve o filho do diabo, o garoto seria também um diabinho?“ Não queria mais pensar no assunto, mas não podia fugir. Ligou para o instituto, mesmo sabendo que a maioria dos que moravam e trabalhavam lá, deviam estar mortos, também.