Início / Fantasia / Uma nova vida / 8. A luz que rasgou o céu.
8. A luz que rasgou o céu.

A manhã se anunciava tranquila, com o cheiro da terra molhada ainda suspenso no ar após a fina garoa da madrugada. Depois de concluir as tarefas com os ajudantes da casa e verificar as anotações de nossos estudos mágicos, decidi aproveitar o sol que surgia entre as nuvens para ir ao jardim com Annya.

Ela sempre preferia as primeiras horas do dia para cuidar das plantas. Dizia que era quando elas estavam mais receptivas à magia e às palavras. Caminhávamos entre os canteiros floridos, os pés tocando a relva macia enquanto o vento gentil balançava os galhos das amoreiras.

– Esta flor amarela aqui… – disse ela, com aquele brilho nos olhos que surgia sempre que falava de ervas medicinais. – Chama-se Sulyia. Cresce apenas nas encostas voltadas para o norte e só floresce sob a luz da lua cheia. É ótima para tratar febres, e quando combinada com folha de Tenebril, pode até desacelerar venenos…

Ela foi interrompida subitamente por um som. Não, não apenas um som — um grito agudo, metálico
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