76. Lar.
As luzes da casa Norton estavam acesas, e um pressentimento estranho correu pela espinha como um arrepio gelado. Meu corpo inteiro, mesmo exausto, entrou em alerta — uma sensação que não vinha das trevas exteriores, mas do próprio lar.
Segurei a mão de Noctis com firmeza, quase como se ele fosse minha âncora na tempestade que eu sabia que estava prestes a cair.
— Não precisa de tanto drama — ele disse, tentando soar tranquilo, embora eu visse um leve brilho de curiosidade nos olhos dele. — Vai dar tudo certo, Kae.
— Você não conhece minha mãe — murmurei, já apertando os lábios e endireitando os ombros. — Ela é a tempestade fingindo calmaria. Vamos logo.
Empurrei a porta com cuidado. O cheiro de comida recém-feita preencheu o ar — alho dourando em manteiga, ervas frescas, talvez cogumelos assados. Por um momento, quase me perdi naquela sensação de lar.
— Bruce, ti