57. Velha Malheera.
O céu ainda estava envolto por nuvens finas quando deixamos a casa. A vila acordava devagar, com poucos moradores andando entre as cabanas de pedra e madeira. O ataque da noite anterior não deixara vestígios visíveis, mas o ar permanecia estranho — como se a terra ainda sussurrasse algo que os ouvidos humanos não podiam captar.
Seguimos pela trilha indicada por Eiran, subindo uma colina estreita que serpenteava entre raízes grossas e árvores retorcidas. As folhas estalavam sob os pés, e meus dedos mantinham-se firmes sobre o colar sob a túnica, como se o toque ajudasse a silenciar os sussurros vindos de dentro dele.
Noctis caminhava ao meu lado, olhos atentos, a mão sempre próxima do punho da espada. Havia tensão em seus ombros, mas também uma quietude que só vinha com a aceitação de que o desconhecido nos cercava — e que seria tolice lutar contra isso com força bruta.
No alto da trilha, entre dois pinheiros de troncos escuros, avistamos a cabana.
Era pequena, feita de pedra musgo