50. Jenevive.

A alvorada em Altheya costumava ser promissora. As fontes mágicas borbulhavam com sua habitual luminosidade suave, os pássaros encantados cantavam nas copas das árvores, e o vento que soprava entre as torres da cidade carregava notas de serenidade.

Mas não naquela manhã.

A atmosfera estava pesada, e não era apenas o clima. Algo pairava sobre a cidade — algo invisível aos olhos, mas que apertava o coração com dedos frios. Eu sentia isso no ar. Como curandeira, aprendi a ouvir o silêncio, a notar o que muda nos detalhes mais sutis. E o que eu sentia não era normal.

Notei primeiro nos olhares das mães que me procuravam, aflitas. Depois, nos sorrisos apagados das crianças que, antes vibrantes, agora mal conseguiam sair da cama.

— “Ela não come direito desde ontem…”

— “Está com olheiras profundas, e não sonha mais.”

— “Dorme o dia todo, mas acorda exausta.”

A cada casa que eu visitava, carregava comigo frascos de poções restaurativas, unguentos, ervas secas e minha experiência — ano
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