Ele reconhece a soberania de seu Criador, entende seus pecados e por eles, busca a Redenção! Luz e Treva travam a batalha, cada lado lutando por suas escolhas e decisões. Anjos se rendendo ao seu pior lado, demônios acreditando na mudança por amor. Último livro da Trilogia Tenebris traz o desfecho tão esperado... Com quem Nayara ficará? Heylel conseguirá o perdão? Miguel sucumbirá a vaidade? As bruxas serão a proteção que Sheol precisa? Toda forma de amor é permitido? As respostas te esperam e lembre-se: Até o diabo pode surpreender! Lux in Tenebris.
Leer más— Miguel, você precisa me ajudar — disse Heylel o que pareceu ser pela décima vez, encarando o irmão ainda na mesma posição, sem dar nenhum indício de que ajudaria.
— Não vou ficar levando madeira Lúcifer. — O tom de voz debochado e enojado atacava diretamente a pouca paciência que Heylel ainda tentava manter para lidar com ele.
Miguel estava sentado na entrada de uma simples cabana, trajava calça jeans, uma camiseta cinza de mangas curtas e botas. Mexia em um matinho aos seus pés e, como criança contrariando as ordens dos pais, fazia bico para o pedido de ajuda do irmão. A decisão já estava tomada, acataria o castigo dado por seu Pai, mas não facilitaria a vida de Heylel em momento algum.
— Se não me ajudar, não teremos como preparar o jantar, muito menos como nos aquecer à noite. — Lutava contra o desejo de sumir e viver o que deveria viver longe de Miguel e sua arrogância.
Heylel passou por ele com uma pilha de lenha em seus braços, bufando e claramente frustrado com toda a situação. Também vestia uma calça jeans, mas, ao contrário do irmão, estava com o peito nu e o corpo suado pelo esforço, que seria menor se dividido.
— Odeio tudo isso! — o grito ecoou enfurecido, afugentando as aves que se aglomeravam ali perto.
Miguel levantou-se, ainda contrariado, batendo as mãos na calça para tirar a poeira, caminhou até à grande pilha que Heylel havia cortado e empilhou alguns troncos em seu braço, caminhando para dentro da pequena cabana, marchando enraivecido. Sua mente trabalhava acelerada, desejando mil coisas ao mesmo tempo e nenhum desses desejos incluía algo bom ao irmão.
— Sei que odeia, irmão, mas precisamos trabalhar e nos ajudar. — Heylel falou calmamente, contendo-se mais uma vez.
— Não sou seu irmão e pare de achar que é meu pai, detesto quando faz isso. — Apesar das palavras gritadas por ele, todas suas ações diziam o contrário, pois se comportava exatamente como um filho mimado sendo corrigido pelo pai.
— Como quiser Miguel, como quiser — declarou deixando claro o quão frustrado estava com tudo aquilo.
Ele já estava cansado das manhas do irmão, não aguentava mais discutir ou tentar fazê-lo ver que poderia tirar algum proveito daquela situação. Ainda que não entendesse o plano de seu Pai em prendê-los naquela situação, tirando deles a imortalidade, transformando-os em seres humanos limitados, acataria o que quer que viesse dEle. Sabia que os planos de seu Pai seriam sempre melhores que os dele. Havia se afastado dessa verdade uma vez e colhia até os dias de hoje os frutos da rebeldia, não cairia no mesmo erro.
— O que vamos jantar? — Miguel perguntou jogando no chão os troncos que trouxe, fazendo o monte já arrumado se espalhar, tirando Heylel de seus pensamentos e fazendo a gota de paciência que nele existia, desaparecer por completo após o ato.
Heylel virou-se e a fúria estava estampada em sua face, espalmou as mãos sobre a mesa, fazendo o som ecoar por toda a cabana.
— Chega Miguel! — ele gritou, assustando o outro. — Não aguento mais essa sua atitude. Você comerá o que conseguir fazer, tomará banho quente se cortar sua própria lenha e ficará aquecido à noite se acender sua lareira. Estou farto de você e desse seu temperamento egoísta.
Não deu tempo para que o irmão retrucasse, saiu porta afora, deixando-a aberta. Puxou do varal improvisado uma camisa e sumiu da vista de Miguel.
Estavam sentados na ampla varanda de seu quarto, lado a lado, mãos entrelaçadas, ambos com uma caneca repleta com chá de ervas, quente e reconfortante. Olhavam para o outro lado da rua, mais especificamente para a casa da frente, notando dois jovens casados, unidos por um vínculo que, até aquele momento, em toda a existência, jamais foi presenciado, unidos pela quebra de um destino, pela escolha de dois corações.— Ela está linda grávida — Heylel sorriu, seus olhos focados no vai e vem da filha e Agares, que tiravam as coisas do carro e levavam para dentro de casa.Amarantha também sorria, mas sem conseguir conter a lágrima solitária que escorria em sua face.— Ainda ontem ela era a minha bebezinha, uma pequena bolinha, tão branquinha que parecia ser feita do mais puro leite. — A lembrança da maternidade alargou o seu sorriso.&m
—Sentiu? — Naiara olhava para Agares sorrindo.Ele estava com as mãos na barriga volumosa dela, deitados no chão da sala, enquanto ela o obrigava assistir todos os X-Men disponíveis. Olhava para Naiara e não continha o espanto em sua face.— O que foi isso? — Afastou-se um pouco quando sentiu um ondular sob a pele da sua amada.Ela riu baixo e o puxou para sua barriga novamente, acariciando os longos fios loiros, apreciando a cena com carinho.— Ele está mexendo — respondeu com a voz embargada, sentindo o bebê se mexer ainda mais, como se respondesse ao desejo dela.Agares ajeitou-se, deitando a cabeça sobre a barriga.Ficaram imóveis por alguns segundos até sentir a barriga se mover como uma grande onda. A respiração lhe faltou, apoiou uma mão de cada lado da barriga, inclinando o corpo enquanto apoiava a boca bem pró
— Ela é tão linda. — O tom de voz manso não condizia com o caído que declarava a frase.Yekun e Élida estavam em pé, parados na entrada da morada. Muitas coisas haviam mudado nos últimos anos. Mohini deu vida ao lugar, enchendo tudo ao redor de grama verde e flores coloridas. No grande quintal à frente deles, uma pequena menina andava a passos inconstantes, com os braços abertos para manter o equilíbrio, vindo em direção dos dois seres que a olhavam em adoração, torcendo para que conseguisse fazer o trajeto até o final.— Vem, meu amor — Élida cantarolou para a pequena. — Vem com a mamãe.— Isso, filha, você consegue — Yekun incentivava.Élida deu alguns passos à frente, não conseguindo conter a ansiedade em ajudar a filha que caminhava para ela com dificuldade. Tomou a
— Já percebeu que estamos passando muito mais tempo aqui do que em casa, né? — Seus dedos deslizavam entre os fios loiros da menina em seu colo. Élida estava aninhada nos braços de Yekun, aproveitavam o dia ensolarado na ilha. Desde que o céu enfim ganhou cor novamente, ele se manteve ao lado dela, ajudando Mohini e Azazyel a colocarem ordem em todo o Sheol. Mesmo com o sumiço de Belial e a ordem nos três reinos, havia rumores de um possível levante se formando. Falavam muito pouco sobre a quebra da predestinação, mas sempre deixou claro o quanto se importava com a felicidade e segurança de Naiara, ainda que seu coração não pertencesse mais a ela. — Um pedido realiz
Uma luz diferente tocou a sua pele. Seus olhos, mesmo fechados, arderam diante da claridade. Ele levou a mão à face, tentando de alguma forma diminuir aquela intensidade. Não estava em sua casa, não poderia ser sua casa, não com aquela luz, não com aquele toque quente. Heylel abriu os olhos e sentou-se de súbito sobre uma cama grande, com lençóis brancos e macios. Seus olhos varreram o lugar, um quarto imenso e arejado, móveis claros e modernos. A luz que o despertou entrava por uma ampla janela aberta, onde cortinas brancas de um tecido leve balançavam com a brisa da manhã. Ao lado direito, um enorme quadro fez Heylel pular da cama e seu coração bater descompassado. Caminhou até a imagem pendurada envolta em uma linda moldura e seus dedos deslizaram suavemente, tentando talvez
Naiara não entendia o porquê daquele pedido, mas respeitaria a vontade do amigo, liberou-o da bolha e ele caiu no chão e correu de volta para ela, tendo Naiara logo atrás. Ela parou ao lado de Gabriel, concentrando-se para conter a magia da mãe e suas irmãs. — O que está fazendo? — ele perguntou incrédulo. — Defendendo meu amigo. — Esboçou um sorriso. Samyaza estava com as mãos apoiadas nos joelhos, respirava com dificuldade. Soltou um risada baixa que em seguida se transformou em uma gargalhada. 
Último capítulo