40. A caminho de Altheya.
Dois dias haviam se passado desde que deixamos Heits, e ainda havia um peso no ar, como se a despedida tivesse deixado uma marca invisível. O vento cortava minhas penas, trazendo uma sensação de liberdade, mas também de inquietude. Olhei para o horizonte, onde as terras começavam a se abrir à nossa frente, a vastidão do céu se estendendo infinitamente. O sol estava baixo, tingindo tudo com tons dourados e vermelhos. A viagem de volta a Altheya seria longa, mas o voo, mesmo cansativo, tinha algo de reconfortante.
Annya estava ao meu lado, mas eu podia ver que ela estava distante, pensativa. Seus movimentos, embora fluidos, pareciam um pouco mais lentos do que o normal. Seus olhos, normalmente tão focados e atentos, estavam fixos em algum ponto distante, longe da paisagem que se estendia à nossa frente. Eu a observei por alguns momentos, mas logo ela me pegou olhando.
— Está pensando em algo? — perguntei, tentando quebrar o silêncio que se estendia entre nós.
Annya me lançou um olhar