Dáverus é um deus entre humanos e o livro retrata como ter tamanho poder e que isso não significa, definitivamente, uma vida sem desafios e que os maiores conflitos são os internos. Ter o mundo nas mãos, em extrema evidência, pode ser mais perigoso do que ter a mão, quase imperceptível, no mundo. Se a segunda precisa se esforçar, e muito, para manter uma simples vida no planeta, a primeira pode, num momento de descuido, que pode ser chamado de fraqueza, erradicar facilmente toda a vida nele. Seja como for, Dáverus é sobre alguém que faz as suas escolhas, paga todos os preços e se mantém fiel ao que lhe define, mesmo em meio a extremos poderes e a intensa conexão com o universo. Talvez essa seja a maior prova de sua verdadeira força.
Leer másWilliam Morais
Apresenta
Dáverus
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios existentes ou que venham a ser criados no futuro, sem a autorização prévia, por escrito, do autor.
Capa: William Morais
Nota do autor:
Meu primeiro livro, chamado Ônix , sobre a vida do inusitado pirata Pedra-Negra, foi desenvolvido e publicado antes deste segundo livro, sobre a vida do deus Dáverus. Cronologicamente, no entanto, os acontecimentos deste segundo livro ocorrem antes dos acontecimentos relatados no primeiro. Mas, para preservar surpresas, garantidas por uma narrativa não linear, tão evidentes no primeiro livro, a vida de Dáverus só é apresentada agora.
Longe de ser um artifício criado para impactar a vida do pirata Pedra-Negra, e deixar lá uma reticência enigmática, Dáverus já existia com sua história tão forte que, inevitavelmente, afetaria outras histórias do Novo Tempo de forma significativa, incluindo a de Ônix; embora não somente.
Cada livro dessa saga, porém, é independente, embora se complementem. Cada qual traz sua proposta e sua conclusão. Trechos de visões de um possível futuro numa das muitas linhas do multiverso chamado de Novo Tempo.
Não importa muito qual dos dois livros será lido primeiro; se existir tal preocupação. Minha sugestão, no entanto, segue a ordem de publicação. Mas se ao ler Ônix, antes de Dáverus, algumas surpresas são garantidas; o contrário, por outro lado, talvez dê um novo tom para o desfecho na aventura do pirata, transformando a enigmática reticência, deixada lá, num ponto de exclamação.
São duas histórias distintas. Tons distintos. Dois lados de uma mesma moeda, no entanto. Yin e yang. Possibilitar que os dois possam ser lidos, porém, é ofertar um brilho a mais a ambos.
Seja como for, o livro que tem em mãos agora, associado ao livro Ônix, ou não, é uma poderosa história sobre... poder. E que poder seria maior do que o amor?
Contato com o autor: portalwillmor@g***l.com
Era tudo cinza ao meu redor, em várias tonalidades oscilantes, em todas as direções. Estava novamente naquele plano fora do tempo e do espaço e dentro da minha imaginação. As últimas palavras de Holdur, sobre a vida de Dáverus, ecoavam em minha mente.Ali tive acesso à vida passada de Dáverus, a divindade. Assim como já havia acessado a vida do pirata Ônix Pedra-Negra, sem a qual, o regresso de Dáverus não teria sentido. O deus havia novamente despertado no tempo do pirata. Se na vida passada o deus tinha certezas; na vida seguinte elas foram imensamente abaladas. Restava saber o resultado destas duas vidas e a chave estava numa terceira vida.Havia uma porta naquela vastidão acinzentada. Nela, em alto relevo, tinha uma imagem composta por elementos híbridos, tão enigmáticos quanto os anteriores. Acima da imagem na porta, havia um nome escr
A mulher, sentada na beira do abismo, sequer piscava. Abraçada por seu xale escuro, ela tinha um semblante congelado, onde lágrimas haviam secado há muito. Ela ouviu tudo o que lhe contei, com bastante atenção.– Quase trezentos anos se passaram, desde a morte de Dáverus e chegamos a este ponto – Falei. – Agora sabe o quão importante é, para Dáverus, renascer e continuar trilhando seu destino. Mas, até mesmo isso, será decidido pela humanidade, representada por você. Pode muito bem pular neste precipício e, com isso, conseguir mais algum tempo para sua raça, antes de seu julgamento, nesta linha temporal. Ou deixar que a história de Dáverus continue, seja ela para o bem da humanidade ou não.– Como posso trazer ao mundo alguém que precisará definir se a humanidade merece ou não continuar existindo? É cr
Os Reinos ainda estavam em reconstrução. Clarissa se esforçava para conter suas lágrimas por seu amado Dáverus. Regressei à ilha de Phemba com as lendárias Espadas Místicas. Embora desprovidas dos poderes, elas continuariam inquebráveis.Phemba me recebeu e contei a ela o que aconteceu.– Deve guardá-las – falei, entregando as espadas.– Assim como guardou meu Dragônix? – Ela estava séria.– Você receberá alguns discípulos aqui na ilha, no decorrer dos séculos seguintes, e um deles estará carregando a pedra negra sem suspeitar do que realmente é. Assim você saberá que ele está destinado essas espadas. A vida deste alguém estará ligada a Dáverus e ele precisará do Dragônix em determinado momento. Mas não se preocupe, ele te devolver
No final do ano 198 do Novo Tempo, o mundo marchava em fúria. Cada par de olhos refletia o fogo do olhar de Dáverus. Cada corpo era movido por sua vontade.Os únicos seres humanos do planeta, que ainda não tinham seus corpos dominados pela vontade de Dáverus, estavam cercados no castelo do Alto Povo das Montanhas.Clarissa, senhora do Dragão de Achibaki, havia sido aceita como tutora do pequeno rei, Hans Melik, agora com oito anos. Ali estavam, também, os outros senhores dos Altos Povos.– Estamos cercados – disse o rei dos Povos das Florestas. Não havia medo em suas palavras. Era um homem que sempre avaliava todas as possibilidades para encontrar saídas para as mais variadas questões. Era tio de Daigan. Seu nome era Meldor. Tinha longos cabelos lisos e grisalhos, como o cavanhaque. Sobre a túnica verde havia algumas partes de armadura.&ndas
Aos pés dos mais fortes homens de cada Alto Povo estava a jovem mulher das Planícies. Ela estava amarrada, amordaçada e ferida. Havia lágrimas em seus olhos. Não precisava ser muito esperto para entender que ela estava ali contra sua vontade. Os quatro estavam no centro da clareira.Daigan virou um alforge do qual caiu uma pequena catarata de cinzas e ele circulou o lugar com ela.– Se ele não se apresentar a nós, mate-a – Disse Hans Dullack, o rei das Montanhas. O semblante duro feito pedra. Lutava para manter sua convicção. A boca entre a barba bem feita era um traço reto. Embora não fosse muito mais velho do que os companheiros, fazia juz ao título e experiência.Keiru, sorrindo cinicamente, encostou a espada na nuca de Clarissa, forçando-a para baixo. Ergueu, então, a lâmina e aguardou o comando.Daigan de
Irelay renasceu como Dáverus. Seu corpo recebeu o imenso poder de Aya. Mas ele ainda não estava pronto. Servir à deusa durante o período de provação da humanidade seria seu treinamento. E, por longos meses do ano 198 do Novo Tempo, ele a serviu com frieza eficiente. Era um magnífico guerreiro e astúcia não lhe faltava. Enigma após enigma, Dáverus seguia derrotando os humanos, em nome da deusa. As esperanças da humanidade diminuíam a cada dia, juntamente com suas chances de vencer o avatar de Aya.Restava apenas um círculo mágico de desafio para a humanidade.A deusa veio para que uma nova raça governasse este mundo e para que a velha desaparecesse por completo. A humanidade estava sempre em guerra contra ela mesma. E isso era, para Aya, apenas uma das provas de que seu tempo sobre este mundo havia se esgotado. A deusa, entretanto, não quebraria o acord
Último capítulo