Quando os lábios se separaram, o mundo pareceu parar por um instante. Miguel apoiou a testa na dela, ambos ofegantes, respirando o mesmo ar salgado e quente da madrugada. O murmúrio do mar era o único som que os cercava, como se as ondas testemunhassem em silêncio o que não deveria ter acontecido.
Laura manteve os olhos fechados, tentando encontrar no escuro a razão que havia perdido. O coração batia descompassado, o corpo ainda trêmulo pela intensidade do beijo.
Miguel, com a voz rouca e baixa, rompeu o silêncio.
— Me desculpa, Laura… eu não devia ter feito isso.
Ele afastou o rosto um pouco, mas Laura, tomada por um impulso que nem ela soube explicar, envolveu o pescoço dele com os braços e o puxou de volta. Havia um tremor nas mãos dela, um desespero quase infantil, como se temesse que o momento escapasse.
O segundo beijo foi diferente. Mais mais profundo e intenso.
Os lábios se encontraram com urgência, e toda a contenção dos últimos dias desabou em um único gesto. Miguel corresp