Era véspera de ano novo, Laura empurrava a cadeira de rodas do pai pelo amplo jardim da clínica, apreciando o suave reflexo da luz do entardecer. Ele parecia calmo, mesmo que sempre carregasse um olhar distante, típico de quem luta para se ancorar no agora.
Ao redor, pacientes e familiares estavam reunidos, sentados nos bancos ou sob a sombra das árvores. Havia uma alegria contida no ar, uma mistura de festa e saudade. As vozes dos enfermeiros e cuidadores se entrelaçavam com risadas, cumprimentos carinhosos e música suave ao fundo — um ensaio para a pequena celebração que aconteceria mais tarde no salão principal, para dar as boas-vindas ao novo ano.
Laura se posicionou em um cantinho do jardim, onde as luzes de pisca-pisca, abraçadas às árvores, começavam a criar um encanto mágico ao cair da noite. O ambiente se tornava mais calmo, e ela se inclinou levemente para ajeitar o cobertor nas pernas do pai. Ele a olhou, por um instante breve, parecendo enxergar algo além da rotina. Depois