Laura se virava de um lado para o outro, incapaz de encontrar descanso. Enquanto a noite se arrastava pela madrugada de Natal, o silêncio que envolvia a pousada parecia pulsar com as lembranças do dia. O quarto parecia pequeno e abafado demais para comportar seus pensamentos. Após algumas tentativas frustradas de se aquietar, ela suspirou, sentou-se na cama e passou as mãos pelo rosto. Sem acender as luzes, vestiu um robe leve e saiu, em busca de um pouco de ar.
A praia não estava tão vazia quanto Laura imaginara. Pequenos grupos se espalhavam pela areia, rindo alto ou sussurrando confidências embaladas pelo som do mar. Alguns ainda brindavam a madrugada de Natal com garrafas pela metade; outros, mais silenciosos, observavam o horizonte com olhares perdidos. Casais se abraçavam sob o brilho das estrelas, como se o tempo tivesse parado apenas para eles.
Laura tirou os chinelos e deixou que a areia fria acariciasse seus pés. Caminhou devagar pela beira-mar, sentindo o vento úmido tocar