Ana
O escritório estava lotado, mas eu me sentia sozinha em meio à multidão de funcionários apressados. O barulho dos teclados, das conversas e dos telefones tocando criava um fundo distante para meus pensamentos, que ainda estavam presos à conversa daquela manhã com Léo. Desde que ele reapareceu na minha vida, a cada dia parecia mais difícil manter a fortaleza que construí ao meu redor.
Eu não podia me dar ao luxo de fraquejar.
Suspirei e foquei na tela do computador, organizando os números que Marta me designara. Trabalhar era a única forma de manter minha mente ocupada. Mas, como se o universo estivesse testando minha resistência, senti uma presença se aproximando. Antes mesmo de olhar, já sabia quem era.
— Trouxe um café para você — a voz de Léo soou casual, mas havia algo mais ali, algo intencional.
Meus ombros se enrijeceram. Levantei os olhos lentamente e vi a mão dele estendida, segurando o copo de papel. Meu olhar alternou entre o café e o rosto dele, tentando decifrar sua rea