Ana
O táxi avançava lentamente pelas ruas movimentadas da cidade, mas minha mente estava longe dali, ainda presa na conversa com Léo. Meu coração martelava no peito, a adrenalina ainda percorria minhas veias. Fechei os olhos e recostei a cabeça no encosto do banco, tentando acalmar a tempestade dentro de mim.
Eu sabia que voltar para esta cidade significava, inevitavelmente, reencontrá-lo. Mas nunca imaginei que seria tão difícil. Léo sempre teve o poder de me desestabilizar, de arrancar de mim reações que eu não queria sentir.
Ele pediu uma chance. Como se as palavras pudessem apagar anos de abandono e dor. Como se um jantar pudesse reescrever a história que ele escolheu para nós.
Suspirei e olhei para fora da janela. As luzes do dia refletiam nos prédios altos, mas nada era capaz de dissipar o peso que se instalara em meu peito.
Léo queria que eu acreditasse que havia mudado. E talvez tivesse. O tempo faz isso com as pessoas. Mas e daí? Isso não significava que o passado podia ser a