A estrada de volta parecia mais longa do que antes.
As árvores acompanhavam nosso percurso como sentinelas silenciosas, e a noite pesava sobre meus ombros como uma segunda pele. Armand mantinha Amon firme em seus braços, o corpo do mago mais estável desde o último feitiço de contenção e cura aplicado por Galyphus, mas ainda desacordado. A cada gemido que escapava de seus lábios, eu sentia o tempo escoando por entre os dedos.
Lucius dirigia com uma precisão, desviando das pedras e da lama com olhos que não piscavam. Ele sabia tão bem quanto eu que aquela carruagem agora transportava mais do que um corpo, carregava o fio que conectava toda a teia de segredos que ameaçavam minha rainha, nossos filhos... e Northshore.
— Ele está delirando, majestade — murmurou Armand, a voz baixa, quase respeitosa.
Desviei o olhar de onde fixava a janela. Amon se mexeu em agonia, as rugas marcadas em seu rosto, ficando ainda mais expressivas. Um movimento sutil nos dedos, uma contração breve no maxilar. P