Ravena
A sacada de pedra negra dos aposentos reais sempre pareceu minha linha tênue entre o sonho e a realidade. Mas hoje ela tremeu sob meus pés como se pressentisse os ventos de mudança que se aproximavam. Tão logo estendi a mão sobre o parapeito, senti os meus filhotes batendo no meu ventre com urgência. Cada pontada, cada pequena cólera dentro de mim traduziu-se em sussurros que só eu podia ouvir.
Vozes antigas sibilavam ao vento, carregando avisos e enigmas: “O mal se aproxima… O laço pode se romper.” As runas gravadas em minha pele ardiam, como se brasas tivessem sido acesas sob meu braço esquerdo. Eu flexionei os dedos, sentindo na carne a vibração profética que recuava e avançava.
Laha, estava inquieta como um animal enjaulado, rugia em minha mente.
“O ar está carregado do cheiro do inferno. Alguma coisa despertou a magia profana que estava adormecida dentro do nosso companheiro!” — seu aviso latejava com cruel intensidade. — “Aero está sendo afastado, alguém bloqueou seu alca