Capítulo 28

Estaciono o carro em frente à mansão dos Ávila, com os olhos ardendo e os nós dos dedos ainda doloridos de tanto apertar o volante.

A fachada continua imponente, fria.

A mesma de sempre.

Mas agora não me intimida.

Me enoja.

Respiro fundo, saio do carro e caminho pelo jardim perfeitamente podado.

Cada passo é um lembrete: essa casa já foi meu lar.

Agora é só cenário de guerra.

O segurança da frente hesita quando me vê.

Mas não tenta me impedir.

Ele sabe que não é o momento de brincar com fogo.

Abro a porta da frente com força.

O som ecoa pelo hall como um trovão.

Caminho com passos pesados pelo mármore brilhante, ignorando os olhares dos funcionários.

Passo pelo corredor central, cruzo a sala principal e então empurro as portas duplas da sala de reuniões com violência.

Meu pai está lá.

Como sempre.

Terno impecável, copo de uísque, papéis à mesa, expressão calma de quem acha que ainda está no controle.

— Esperava que viesse mais cedo — diz ele, sem se abalar.

— Você armou pra mim — falo
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