Passos caóticos da equipe médica invadem o quarto do meu pai, assim como os soluços de Richard chorando ao lado de sua cama, assim como as palavras de consolo que Julián lhe dá com o braço em seus ombros. Mas nenhum som é tão alto quanto os gritos de Victoria.
— O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO!? FAÇAM ELE REAGIR! — ela exclama agitada.
Não é que eles não quisessem fazer nada, é que eles estavam fazendo de tudo e nada era suficiente. O médico sobre meu pai está lhe dando reanimação cardiopulmonar parecendo uma máquina. Até que eles conseguem o que querem porque usam o desfibrilador. Ao terminar com isso, o médico volta à RCP.
— VOCÊS NÃO PODEM DEIXÁ-LO MORRER! SE ELE MORRER, EU VOU FAZER COM QUE TODOS SEJAM DEMITIDOS! — grita Victoria.
Neste momento, eu sou apenas uma casca vazia. Eu estava tão cansado de tudo e de todos nesta casa. Eu queria me agarrar a uma melhor lembrança da minha família nesta cena, mas não consigo me lembrar de nenhuma. Não me vem a lembrança da minha mãe sendo carinhos