— Como assim? — falo desconcertada.
— O falecimento de um colega de trabalho é um fato trágico, mas que não tem relação com você. O que você vai ganhar voltando precipitadamente para a cidade? Vão enterrá-lo amanhã mesmo, por acaso?
Meu corpo sem pensar se separa do dele. Há algo em sua tranquilidade que me faz repeli-lo.
— Acham que foi um... um... suicídio. E Giana precisa de mim, ela viu como retiravam o corpo dele.
— Giana tem o namorado dela. Ela ficará bem.
— Como você sabe que ela ficará bem? Mandaram ela depor. Depor o quê? Eu conhecia o senhor Dominic, ele não tinha motivos para tirar a própria vida. Seus netos eram sua felicidade e ele teria mais um em poucos meses. Por que a polícia está envolvida nisso? — argumento.
— A depressão funciona assim. Os rostos mais sorridentes podem acabar sendo apenas uma fachada — resolve com simplicidade, eu diria que com indiferença.
— Seja como for. Preciso voltar, e tudo bem, não será esta noite. Mas amanhã de manhã cedo comprarei minha pa