O ar da madrugada parecia mais pesado quando saí do hospital. O frio encostava no meu rosto como se quisesse me lembrar que eu ainda estava ali, no mundo real, e que as últimas horas não tinham sido apenas um pesadelo. A porta automática se fechou atrás de mim com aquele som sutil e irritante, e por um instante fiquei parada na calçada, sem saber direito o que fazer. A rua estava quase deserta, só o som de um motor se aproximando me arrancou do transe.
Era o carro de Matt. Ele tinha me ligado alguns minutos antes, para saber se eu ainda estava no hospital.
Ele estacionou devagar, os faróis iluminando a fachada do hospital. Quando abriu a porta e saiu, a expressão dele misturava preocupação e alívio, como se tivesse esperado por mim a noite toda.
— Tori — chamou, a voz baixa, mas firme. — Entra, por favor.
Assenti, sem forças pra discutir. O cansaço me pesava nos ombros, e a única coisa que eu queria naquele momento era sentar e respirar. Entrei no carro, e ele esperou algu