O dia amanheceu calmo, como se o universo tivesse me dado uma trégua depois de semanas turbulentas. Tirei o avental, desliguei o despertador e decidi que, por hoje, nada de pressa. Cori apareceu na sala ainda com o cabelo bagunçado, abraçando o travesseiro como se fosse um bichinho de pelúcia.
— Mamãe, a gente vai sair hoje? — ela perguntou, com aquele olhar que mistura doçura e travessura na mesma medida.
— Vamos sim, mocinha. Nós iremos ao parque.
O sorriso dela foi o suficiente pra me convencer de que esse dia precisava ser só nosso.
O céu estava aberto, de um azul tímido que prometia sol o dia inteiro. No parque, o vento leve balançava os cabelos de Cori enquanto ela corria atrás das bolhas de sabão que um senhor soprava por ali. O riso dela era o tipo de som que desarma qualquer pensamento ruim. Eu me sentei no banco, observando. Era impossível não pensar no quanto ela cresceu, no quanto se parece comigo e — inevitavelmente — nele.
Matt.
Só de lembrar o nome, me