Lucile
Camisa branca, mangas dobradas até os antebraços, gravata frouxa como quem acabara de escapar de um dia intenso de negócios, e ainda assim Russ estava impecável.
No silêncio confortável do carro, Russ virou o rosto para mim e, sem qualquer aviso, capturou minha boca em um beijo firme, quente, cheio de uma urgência que parecia ter sido contida o dia todo. Quando ele se afastou, havia um brilho travesso em seus olhos, como se soubesse o efeito que tinha sobre mim.
— Senti sua falta o dia inteiro — murmurou, passando a mão pelo meu rosto, num gesto que misturava ternura e posse. — Não vejo a hora de nos casarmos logo, para dormirmos e acordarmos juntos.
— Você está ficando mal-acostumado me vendo todos os dias... — falei. — Mas confesso que eu também estou.
Ele sorriu, o canto da boca levemente curvado, e os olhos ainda cravados nos meus.
— Está com fome? — perguntou, enquanto acelerava suavemente.
— Faminta. Não consegui comer direito hoje, e só de pensar como se