Lucile
O corredor parecia pequeno demais para o que estava acontecendo. Eu podia sentir olhares curiosos se voltando para nós, gente passando devagar só para tentar entender quem era o homem de terno caro parado diante de mim, como se ele fosse uma cena arrancada de outro mundo.
Russ percebeu também. Seus olhos percorreram o ambiente, e, em seguida, pousaram nos meus de novo.
— Vem comigo — disse baixo, como uma ordem, mas o tom continha uma súplica escondida.
Eu hesitei. Parte de mim queria correr para o lado oposto, me esconder em qualquer sala de aula só para não encarar tudo aquilo. Mas outra parte — a maior, a mais insuportavelmente viva — queria seguir.
E eu segui.
Ele abriu caminho pelo corredor com a naturalidade de quem sempre teve controle de tudo, até mesmo do meu coração. Meus passos ecoavam atrás dos dele, acelerados, trêmulos, até que ele empurrou uma porta lateral e nos conduziu para uma sala vazia, provavelmente usada por professores.
Assim que a porta se