Gabriela narrando (continuação)
O trajeto até o restaurante foi tranquilo, mas por dentro… eu tava uma bagunça.
Rodrigo não forçou conversa. Só comentou rapidamente sobre o trânsito e sobre alguns números da empresa que ele ia me mostrar mais tarde. E eu agradecia por isso. Porque meu cérebro ainda tava tentando processar tudo, a traição, a dor, o vazio… e agora, esse homem ao meu lado, me tirando da minha própria cabeça sem fazer esforço.
Chegamos num restaurante discreto, daqueles mais afastados do centro, que quase ninguém conhece. Fachada rústica, varanda de madeira, cercado por plantas. O tipo de lugar que meu pai adorava vir pra fechar negócio, e que, claro, Rodrigo também conhecia.
Ele estacionou com calma, desligou o carro e saiu primeiro. Deu a volta e abriu a porta pra mim.
Sim. Ele fez isso.
— Obrigada — falei meio sem graça, descendo do carro.
— Sempre — ele respondeu, sem nem me encarar direito. Mas o jeito como falou… ficou ecoando na minha cabeça.
Entramos e fomos diret