Jamile narrando
Eu tava arrumando as malas pra voltar pro apartamento.
— Por mim, eu ficava aqui mais uns dias — falei.
— Você sabe que a gente não pode — Eduardo disse – ainda mais com seu pai aí.
— Você tem razão — respondi, olhando pra ele. — Eduardo, preciso que você me ajude a falsificar o exame de DNA desse bebê.
— Eu não vou me meter com isso, Jamile — ele disse, calçando o sapato.
— Você já tá metido até o pescoço. Já imaginou o que meu pai vai fazer quando souber que você é o pai do meu filho?
— Ninguém nunca vai saber que esse filho é meu, tá me ouvindo? Nunca! — ele gritou, já de pé, andando de um lado pro outro.
— Você tá fugindo, Eduardo! Tá com medo! — rebati, com raiva nos olhos. — Medo do meu pai, medo da responsabilidade… medo de tudo!
— Medo? — ele virou pra mim, com o olhar carregado. — Quem me garante que esse filho é meu, Jamile? Você acha que eu sou otário? Do mesmo jeito que dava pra mim, dava pra outros também.
— Você tá me chamando de quê?! — gritei, me aproxi