Era sexta-feira. E eles tinham um plano.
Joaquim fora entregue, com mala, brinquedos e instruções detalhadas, para a avó paterna — que prometera mandar fotos a cada hora e ligar em caso de qualquer emergência. Ou coceira. Ou olhar esquisito.
Valentina se despediu do filho com um nó na garganta e beijos no cabelo até ele empurrá-la, impaciente, mais interessado em um pote de biscoitos que a avó lhe oferecia do que no drama da mãe.
— Ele vai ficar bem. — disse Rafael, pousando a mão na lombar dela. — A gente também merece ficar bem, lembra?
Ela assentiu, tentando respirar fundo enquanto entravam no carro. Só eles dois. A mala no porta-malas, a playlist “Sem filho, sem culpa” tocando baixinho, e a estrada se abrindo à frente como uma promessa.
O destino era simples: uma pousada rústica a duas horas da cidade, encravada entre montanhas e sossego. Nada de luxo. Só natureza, silêncio e cama grande. E eles.
Mas o silêncio durou só até o primeiro pedágio.
— Será que a mãe dele vai lembrar de