MirellaAlguns dias depois .... Meu pai é meus tios voltaram para o Brasil ontem , agora a guerra era por lá, e parece que as coisas estão feias , Vincent enviou alguns de seus soldados pra ajudar assim como eles ajudaram aqui , eu estou aflita confesso , não estou muito com cabeça , mas por aqui as coisas tem que andar , o casamento já tem data e eu não tenho nem o vestido , mas decidi que isso muda hoje . Sai da faculdade decidida a ir atrás de um vestido , nada muito extravagante mas que me faça sentir bem , e isso que eu vou procurar . Vincent , delegou seus homens especificamente para me acompanhar hoje nessa procura , oque eu achei estranho e que até o Julian seu braço direito está aqui. Entrei em uma loja em que um belo vestidoo da vitrini me chamou atenção. A loja era linda. Espelhos por todos os lados, tecidos leves flutuando como nuvens, e um aroma suave de flores brancas que me fazia pensar, por um segundo, que eu estava segura. Mas eu sabia que não estava.Três homens e
VincentJulian entrou na sala sem bater. O olhar dele dizia mais do que qualquer palavra.— Ela não apareceu nos nossos radares antes. Nenhum registro ligado diretamente à Giulietta ou à família dela — ele falou, jogando um tablet sobre a mesa. — Mas agora temos um rosto.A imagem era nítida, Mirella de pé em frente ao espelho da boutique e, ao lado dela, a mulher. Alta, expressão delicada, olhos de vidro. O tipo de beleza que te faz baixar a guarda.Mas eu aprendi a nunca confiar em belas embalagens.— Nome? — perguntei, sem tirar os olhos da tela.— Elena Rossetti. Nome limpo, documentação perfeita, passaporte italiano recente, entrada nos EUA há quatro meses. Mas... — Julian deslizou para a próxima imagem. — Aqui está o detalhe, o sobrenome de nascimento da mãe dela é Bellini. Filha de uma prima direta do patriarca que fundou o clã de Giulietta. Minha mandíbula travou.— Então é sangue do sangue.— Exato. E não é uma peça solta. Desde que Giulietta caiu, parte da família dela sumiu
VincentJulian entrou na sala sem bater. O olhar dele dizia mais do que qualquer palavra.— Ela não apareceu nos nossos radares antes. Nenhum registro ligado diretamente à Giulietta ou à família dela — ele falou, jogando um tablet sobre a mesa. — Mas agora temos um rosto.A imagem era nítida, Mirella de pé em frente ao espelho da boutique e, ao lado dela, a mulher. Alta, expressão delicada, olhos de vidro. O tipo de beleza que te faz baixar a guarda.Mas eu aprendi a nunca confiar em belas embalagens.— Nome? — perguntei, sem tirar os olhos da tela.— Elena Rossetti. Nome limpo, documentação perfeita, passaporte italiano recente, entrada nos EUA há quatro meses. Mas... — Julian deslizou para a próxima imagem. — Aqui está o detalhe, o sobrenome de nascimento da mãe dela é Bellini. Filha de uma prima direta do patriarca que fundou o clã de Giulietta. Minha mandíbula travou.— Então é sangue do sangue.— Exato. E não é uma peça solta. Desde que Giulietta caiu, parte da família dela sumiu
ElenaO café queimava minha garganta, mas eu mantinha o sorriso no rosto. Um sorriso treinado, estudado, capaz de confundir santos e demônios.Vincent Mangano. O nome que ecoava nas reuniões silenciosas da nossa família, no meio dos destroços deixados pela queda de Giulietta. Ele era o responsável . E agora estava ali, diante de mim, respirando o mesmo ar que um dia tirou de tantos dos meus. “Não mostre medo”, eu repetia como um mantra mentalmente. Quando ele me encarou, tão frio e atento, percebi que não seria tão fácil como imaginei.Ele não era como os outros. Vincent parecia sentir o cheiro da traição no ar. Caçando como um predador que já tinha matado muitas vezes. Mas eu também tinha aprendido na marra.Aprendi a vestir a pele da vítima, a sussurrar mentiras tão doces que até a verdade se calava.Quando ele perguntou se eu teria vindo mesmo sabendo quem era Mirella, uma parte de mim quase sorriu. Claro que teria vindo. Não apenas por ordem da família... mas por algo que crescia
MirellaÉ um desafio diário morar em outro país, longe de toda a minha família. Um país totalmente diferente, com outra cultura, outro ritmo ,até o sono aqui é diferente! E, principalmente... a comida. Sempre fui muito regrada, mas morando nos Estados Unidos não dá pra manter esse ritmo. A maioria dos lugares só serve lanche. Café da manhã com hambúrguer e batata frita... essas coisas.Comida brasileira mesmo, a gente só encontra em poucos lugares e, quando encontra, não tem aquele sabor gostoso de comida de mãe. Nossa, estou sentindo tanta falta da comida da minha mãe! O que tem me salvado são umas marmitinhas que encontro prontas no supermercado saladas, carne, peixe, frutas... tudo embalado, só pegar e comer.Vida de estudante não está nada fácil. Quando não estou estudando, estou dormindo. Quando não estou dormindo, estou estudando [risos]. A correria tá grande, a rotina mais louca da minha vida. Nem quando eu fazia curso e trabalhava era desse jeito. Aqui, eu tenho que me desdobr
VincentSou Vincent Mangano, tenho 34 anos e faço parte da família Gambino. Somos uma das cinco famílias que formam a organização da máfia italiana. Sou o próximo na linha de sucessão. Meu avô, Carlo Gambino, comandou a organização entre 1957 e 1976, até ser assassinado por inimigos. Depois, o comando passou para meu tio mais velho, que anos depois morreu de câncer. Desde então, quem está à frente é meu pai, Paul Gambino. Em breve, serei eu — assim que me casar.Dominamos a maior parte do território de Nova Iorque: Brooklyn, Staten Island, Manhattan, entre outras regiões.Atualmente, curso Medicina em Harvard. Não apenas por gosto pessoal, mas também como uma forma estratégica de despistar investigações. Além disso, ser cirurgião pode ser útil em tempos de guerra entre famílias. Quando os conflitos se estendem por meses, sempre temos feridos do nosso lado. E eu posso ajudar.Agradeço aos céus por, ao menos, poder escolher com quem vou me casar. E, pelo visto, já encontrei. Uma adoráve
Mirella Minha cabeça está a mil. Assim que fechei a porta atrás de mim, encostei as costas nela, tentando recuperar o fôlego. O que acabou de acontecer? Eu fui jantar com um completo estranho , um homem sedutor, misterioso, que me salvou de um idiota metido a galã e voltei com um pedido de casamento. Um pedido vindo de um mafioso.Sim, mafioso. Ele disse com todas as letras. Sem rodeios. Apenas jogou a verdade no meio do restaurante como se estivesse me contando que é alérgico a frutos do mar. E pior disse que me observava há semanas, que sabia tudo sobre mim... até que mandou investigarem minha vida.Minhas mãos ainda tremem. Sinto o gosto do vinho nos lábios misturado com o sabor do beijo dele. E que beijo. Intenso, dominador, confuso assim como ele. Meu corpo reagiu de uma forma que minha mente ainda não entendeu. E talvez seja isso que mais me assuste.Vincent Mangano. Ele é bonito de um jeito que chega a ser pecado. Olhos que parecem atravessar a alma, voz firme, postura de que
Mirella continuação....Fiquei parada na porta por alguns segundos, com o coração disparado e as pernas trêmulas. O cheiro dele ainda pairava no ar , uma mistura de perfume amadeirado com algo que eu não conseguia definir, mas que fazia meu corpo reagir de um jeito que me deixava ainda mais confusa. Fechei a porta devagar, encostei as costas nela e respirei fundo.Dia 1Será que eu estou ficando louca?Deitei na cama, abracei meu travesseiro e olhei pro teto, tentando organizar os pensamentos. Ele estava me conquistando, disso eu não podia mais fugir. A forma como me olha, a firmeza nas palavras, o jeito como parece saber exatamente o que dizer , tudo nele parece calculado, mas ao mesmo tempo, tão intenso. Ele me assusta. Mas também me atrai. E isso me assusta ainda mais.Na manhã seguinte, acordei com o barulho da campainha, uma caixa minha eu sabia que era coisa dele , Um vestido preto de cetim, justo na medida certa, e um par de saltos que pareciam saídos de uma passarela. Um bilh