Amara caminhava sem rumo após sair da aula de História, com a simples intenção de comprar alguns souvenirs.
Porém, no meio do trajeto, o cansaço a venceu. Comprou alguns lanches e sentou-se em uma das longas cadeiras de madeira espalhadas pelo calçadão comercial.
Foi quando sentiu — com clareza — que alguém a observava.
Levantou os olhos, desconfiada, e se deparou com um homem desleixado, visivelmente em situação de rua, fitando-a de forma incômoda.
Sentindo-se estranha comendo sob aquele olhar insistente, Amara puxou outro sanduíche do saco de papel e estendeu ao mendigo.
Ele a olhou, pegou o lanche, e devorou tudo com rapidez.
Porém, poucos segundos depois, ela sentiu o mesmo olhar cravado nela. Levantou os olhos novamente… e lá estava ele, ainda observando. Só então se deu conta de que o olhar dele não estava fixado na comida, mas nela — mais especificamente, em sua roupa.
Um olhar avaliativo… crítico?
O desconforto aumentou.
“Já lhe dei comida”, pensou. “O que mais ele quer?”
Dete