Na cama enorme e macia, Amara dormia profundamente. Suas bochechas levemente coradas e os fios escuros de cabelo espalhados sobre o travesseiro branco criavam uma cena quase irreal, como se a paz tivesse finalmente encontrado um lar naquele instante.
O coração de Pitter, que até então carregava inquietações silenciosas, se acalmou subitamente. Ele se sentou devagar à beira da cama, tomado por uma vontade serena de simplesmente permanecer ali, observando-a sem fazer nada mais.
Nada mais?
Na verdade, com aquela imagem diante de si...
Era praticamente impossível não fazer nada.
Desde que Amara deixara o Palácio de Diamantina, o tempo parecia ter congelado para ele. Já fazia muito, muito tempo desde que ele a observava de tão perto, desde que ousava se aproximar.
Mesmo sabendo que não deveria, Pitter sentiu toda a racionalidade e o autocontrole desmoronarem. A tentação, naquele momento, reinava absoluta.
Com delicadeza, ele segurou uma mecha do cabelo dela e a levou até os lábios, deposit