Amara abaixou o corpo, trocando as marchas com precisão. O som do motor rugia, cortando o silêncio da noite como uma fera à solta. Na curva mais íngreme da pista — onde o asfalto quase beijava o penhasco — ela ultrapassou Caíque com uma ousadia que tirou o ar da multidão.
— Puts, você é louco cara! Quer morrer mesmo?! — gritou ele, furioso, vendo o rastro de luz sumir diante dos seus olhos.
Mas o resultado já era previsível. Ninguém vence quem não tem medo de perder a vida.
Quando cruzou a linha de chegada, Chauanne (a mulher vestida de forma diabólica) vibrou como uma criança, correndo até Amara, que ainda usava a identidade do “Cara estranho”. O troféu reluzia em suas mãos, o prêmio em dinheiro pesava nos bolsos, e o brilho da vitória estampava seu rosto.
— Eu sabia que você ia ganhar! — exclamou Chauanne, pulando em seus braços. Seus lábios vermelhos se curvaram num beicinho provocante, aproximando-se dos lábios do cara estranho.
Amara sorriu — aquele sorriso tranquilo e perigoso —