— Pitter, eu já te disse desde o começo... — A voz de Amara tremia, mas suas palavras cortavam o ar como lâminas. — Já existe alguém de quem eu gosto. Gosto muito, muito, muito! Mesmo que existem razões pelas quais eu não possa estar com ele, essa pessoa vai viver em mim para sempre. Vai preencher cada espaço do meu coração, até a borda. E não há lugar pra mais ninguém. Mesmo que outro fosse mais maravilhoso, mais perfeito... ainda assim seria um não. Entendeu?
Ela respirou fundo, tentando segurar o choro que ameaçava escapar.
Com cada palavra, Pitter parecia enrijecer, como se o mundo inteiro estivesse desabando dentro dele. Seu rosto, até então firme, começou a perder cor. A mão dele subiu, quase num gesto automático, e tocou o queixo dela.
— Está mentindo, Amara. — Sua voz soou rouca, ferida. — Você está mentindo.
Amara levantou dois dedos diante dele, os olhos cheios de uma determinação quase infantil.
— Então eu juro que, se eu estiver mentindo, nunca serei reconhecida nesta vida