Narração: Sara
Enquanto subia, mudei o caminho e fui até a cozinha. Coloquei o champanhe na geladeira e me virei… só para dar de cara com Fernanda, recostada na bancada, toda montada como se fosse para uma festa.
Arqueei uma sobrancelha.
— O que você tá fazendo aqui?
— Vou dormir aqui — respondeu, jogando o cabelo para trás como se aquilo fosse algum convite.
Bufei.
— Minha mãe enlouqueceu de vez.
Ela veio na minha direção com passos calculados.
— Ela é minha tia, esqueceu? — disse com um sorriso venenoso. — Posso ficar.
Cruzei os braços, dando dois passos para trás.
— Fica à vontade, mas não abra a boca pra dizer besteira pra minha esposa. Eu não vou segurar ela da próxima vez. Licença.
— Nossa, cadê o Vinícius que adorava sexo com adrenalina?
Parei no primeiro degrau da escada, sem nem olhar para trás.
— Esse Vinícius agora pertence a uma única mulher. E ela se chama Sara Lima Vasconcelos.
Subi sem dar chance para réplica.
Ainda ouvi a voz dela, mais baixa, mas carregada de veneno: