Narração: Sara
No motel ainda com aqueles sorrisos bobos que só quem acabou de viver algo intenso conhece. A noite estava fresca, e eu juro que o ar parecia mais leve, como se o mundo tivesse decidido ser gentil com a gente.
— Então, o que achou do motel? Quer ir pra casa? Já está tarde — ele perguntou, ajeitando o cabelo com uma mão e me olhando com aquele jeito preguiçoso e apaixonado que me desmonta.
— Nossa, nem percebi, já está tarde mesmo... — puxei a blusa dele de leve, como se quisesse prender o tempo ali, só mais um pouquinho.
Ele me deu aquele sorriso de lado, o tal que sabe muito bem o efeito que causa.
— E hoje é nosso dia de cinema na cama — disse, piscando um olho.
— Sim. E eu que vou escolher o filme hoje. E você faz a pipoca. Quero de chocolate — falei, cruzando os braços e fingindo ser mandona.
— Não vou fazer pipoca nenhuma. A última vez eu quase coloquei fogo na cozinha. Você que é a cozinheira oficial dessa casa.
Eu não aguentei e gargalhei, lembrando da cena.
— E