Narração: Sara
O silêncio dentro do avião era sufocante. Eu olhava pela janela, como se pudesse fugir de mim mesma, mas era impossível. As lágrimas escorriam sozinhas, silenciosas, enquanto meus dedos apertavam o celular — ainda com as fotos que a Luna me enviou Do dia do meu casamento.
— A senhora precisa de algo? — a aeromoça perguntou.
Balancei a cabeça, engolindo o choro.
— Não... obrigada...
Meu peito doía. As fotos do casamento, o sorriso dele... tudo parecia uma farsa agora.
"Tudo só foi mentira... como teve coragem de dizer que me amava, seu miserável? Como beijou cada parte de mim dizendo que eu era a mulher da sua vida?"
Apertei o celular contra o peito, como se assim pudesse conter a revolta.
"Isso é pra eu aprender... um homem como você nunca me viu de verdade. Eu sempre estive ali, do seu lado, e você nunca me olhou..." Vocês só queria o meu útero...
Tirei o chip do celular e o joguei longe, como se pudesse arrancar, junto com ele, a dor que queimava dentro de mim.
Minhas