O vento soprava suave pelas colinas de Montevino, carregando o perfume das videiras e o sussurro do tempo. As folhas, douradas pelo outono, se desprendiam lentamente dos galhos, dançando até repousarem sobre o chão fértil que há décadas recebia as bênçãos do sol toscano.
Chiara observava da varanda. A luz dourada do entardecer desenhava linhas suaves em seu rosto, agora marcado por rugas que o tempo havia traçado com delicadeza — como se a vida tivesse usado nela o pincel mais paciente.
Em suas mãos, uma taça de vinho envelhecido refletia a mesma cor do pôr do sol.
Ela respirou fundo e sorriu.
— “O tempo... ele não leva tudo. Ele apenas transforma.”
🍂 As Colinas da Memória
Montevino estava diferente, mas ainda era o mesmo lar.
As crianças que um dia correram pelas vinhas agora eram adultos; alguns viviam em cidades distantes, outros haviam escolhido permanecer ali, cuidando da vinícola.
Alessio agora gerenciava a produção principal. Matteo dedicava-se à parte artística dos rótulos e