Cap 287. Passado que não passa.
O prédio espelhado refletia o céu nublado de uma manhã inquieta. Elisa cruzou a recepção da empresa com a elegância de sempre, saia lápis preta, camisa branca de seda e saltos finos que ecoavam com firmeza sobre o mármore.
Mas havia algo diferente nela. Os cabelos estavam soltos, os lábios levemente mais rosados, e o andar, ainda que seguro, carregava uma sensualidade inesperada.
Ao entrar no elevador, ainda revisando mentalmente os compromissos do dia, mal notou quando Henrique entrou atrás dela. O silêncio entre eles foi quebrado apenas pelo som das portas se fechando.
— Está linda hoje! — ele disse, com um sorriso pretensioso.— E esse seu perfume... continua surtindo o efeito desejado em quem passa por você.
Elisa nem se virou. Seus olhos estavam fixos na numeração digital, mas por dentro... por dentro seu corpo ainda reagia ao toque do homem da noite anterior. Aquela sensação de submissão, da voz rouca ditando ordens, ainda a percorria como eletricidade.
Henrique deu um